O folclore não é um espetáculo, uma curiosidade a ser consumida pelos turistas. É a representação simbólica do modo de vida de um grupo, suas raízes, suas crenças e aspirações. E nossa gente produz imagens fantásticas : o boi-bumbá em suas variantes, como o boi-de-mamão e o boi-de-máscara ; a inacreditável dignidade do caboclo-de-lança do Maracatu rural, com uma juba de papel celofane ; as damas da corte e as baianas carregando a calunga ; os guerreiros de Alagoas e seus imensos chapéus de capela. Tudo isso coreografado por enredos que se cruzam com a literatura medieval francesa, com conceitos religiosos e mitos africanos e indígenas.